* Só para esclarecer, antes de tudo, que de vez em quando gosto de metáforas. ;P
Minha pequena já anda meio gripada há um tempo. E eu já andava "estressada" há algum tempo. A tensão da prova da Caixa (e a abstinência da musculação, porque TINHA que estudar)me deixou meio esquisita.
Fiz a primeira prova dia 09/5, e tive 34 acertos de 60 (:(). A prova foi "anulada" e no domingo, dia 23/5, tive outra prova. Essas duas semanas foram de puro desespero! No sábado que antecedeu à prova, dia 22/05 (Niver do Kaluzito, 5 aninhos), resolvemos sair para tomar um chopp para ver se eu conseguia dar uma "relaxada". A Beatriz ficou com a vovó I. Não adiantou muito, eu não estava legal... Ao chegar em casa, mais ou menos meia-noite, mandei um torpedo para o Tio M. (ele dorme tarde) para saber se minha bebê estava dormindo bem. Ele ligou e disse que estava tudo ok, que eu poderia dormir despreocupada.
Às 3 e poucas da manhã, acordei sentindo falta da minha pequena ali no meio da gente, mas como estava também preocupada com a prova, tentei dormir de novo. No domingo acordamos cedo para eu ficar um pouquinho com ela antes de ir fazer a "bendita" prova (essa vida de concurseira acaba comigo). Chegando lá, Beatriz estava dormindo. Tinha passado mal a noite toda, com febre e vomitando catarro. Confesso que fiquei muito chateada pela vovó I. não ter me ligado. Tentei acordá-la, já que ia fazer prova em Realengo e teria que sair cedo de casa. Ela ficou carrapatinho no meu colo e amuadinha o tempo todo. Saí de casa com o coração apertado...
Fiz a prova, e até achei que tinha ido bem, porém tive 34 acertos de novo! Já coloquei no meu coração que essa tinha que ser minha nota. Peguei trem lotado, pasei pela Central deserta... essas coisas "boas", mas quando cheguei aqui e ela veio correndo para o meu colo com AQUELE SORRISÃO... TUDO passou!
De repente, todo mundo conversando, minha mãe fala:
- Conta pra mamãe aonde você foi passear.
E ela nada, olhou pra mim com uma carinha triste e não falou nada.
Minha mãe: - Conta pra mamãe.
E ela se enroscando no meu colo.
Minha mamãe: - Conta pra mamãe que você foi passear no Hospital.
Juro! Senti meu coração parar. Acho que minha expressão assustou a todos. Por alguns segundos não ouvia mais nada, só queria apertá-la muito e chorar todas as lágrimas que estavam presas. Chorar por tudo que tinha passado nessas duas semanas, e principalmente por não ter estado com ela no momento em que ela precisou, PRINCIPALMENTE por isso. Ficava imaginando minha bebê no hospital pensando "Por que minha mãe não está aqui?". Todo mundo falou que ela ficou bem, que foi bem tratada, que a médica era carinhosa... Eu não queria saber de nada! Queria grudar a Beatriz em mim e sumir! Eu já não era mais nada... Fiquei muito, muito mal. Quando fomos buscar as coisas dela na casa da avó para virmos para casa, eu vi a radiografia, uma mancha branca no pulmãozinho, e novamente eu queria muito um desfribilador... O M. disse que quase chorou no hospital, quando ela toda amuadinha e chorosa, teve que fazer o Raio X. Ele disse que ela ia tirar a foto mágica de novo, mas que tinha que dar um sorriso, e ela com o olhinhos cheios de lágrimas abriu um sorrisinho... Gente! Onde está o meu desfribilador?!?!?!?!!?
Compramos os remédios e os dias que seguem têm sido melhores. A Beatriz já está beeeeemmm. Está aceitando a nebulização e tomando os remédios, claro que sempre há um teatro e muita criatividade, alguns remédios são bem ruinzinhos (eu provo todos antes de dar pra ela), mas faz parte. Já me conformei com minha nota na prova, até porque a maioria das pessoas que estavam estudando como eu, também não tiveram os melhores resultados. A CESPE nesse concurso foi muito cruel, até os professores dizem que foram as provas mais difíceis no ramo bancário dos últimos tempos. Deus sabe que hora será a minha. Eu sempre repito isso, tenho isso no meu coração, mas sou humana, e na maioria das vezes não tenho a sabedoria de "confiar no Senhor e esperar".
Quanto ao meu coração de mãe, aos poucos se recupera, e enquanto escrevia esse post, percebi que meu desfribilador, não é feito de matéria-prima concreta, o que faz meu coração bater quando ele pensa que não consegue, é feito de matéria-prima abstrata, é aquele sorrisinho cheio de dentinhos tortos por causa da chupeta, e aquele abracinho de bracinhos tão pequenos, mas que me envolvem a alma e me fazem querer que meu coração bata eternamente. É por ela! TUDO por Ela.
3 comentários:
Ai Beth, que post mais lindo!
É muito amor mesmo.
E sobre essa vida de concurseira, te entendo bem, muito bem. Marido tb tá nessa, mas é preciso mesmo acreditar que a hora de vcs vai chegar.
Fiquei imaginando a Beatriz dando sorrisinhos na hora do RX. Oh! Dó!
Mas é muito bom saber que ela já está bem!
Beijos e força!
Querida amiga,
Até meu coração ficou apertadinho ao ler o teu relato e de como a Beatriz ficou doentinha e teve que encarar o hospital longe de você.
Sinto muito que não tenhas (ainda) conseguido a pontuação necessária no concurso. Sei do teu afinco, da tua capacidade e tua hora, vai chegar.
Enquanto esperas (não desistas) curte muito a tua princesinha linda, que essa sim tem o poder de aquecer teu coração e de te fazer crer no amanhã. Ela é com certeza, teu melhor presente.
Grande beijo
Pri e Bia :)
Ps. Já viu a foto do meu pc?
Beeemm Beth mas que aperto realmente. Acho que só por toda essa tua garra nos concursos, só por isso mereces um prémio.
As nossas meninas deixam-nos completamente de rastos de amor por elas mesmo! O que interessa é que tudo está bem agora! Mamã e filhota. Beijo muito grande nosso
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